sexta-feira, 23 de julho de 2010

Desigualdade social e crescimento econômico

Quando a ONU divulgou o seu relatório sobre a situação mundial das desigualdades sociais e o Brasil se apresentava em uma posição tão degradante, talvez poucos em nosso próprio país tenham se conscientizado da gravidade dessa situação que se arrasta por séculos, e tem sempre a mesma causa e origem: a concentração brutal do poder econômico.

Aqui, em nossas terras, vivem populações inteiras percebendo uma renda irrisória de menos de R$2,00 (dois reais) por dia! Ao mesmo tempo, uma pequena "elite" de privilegiados desperdiça milhares de reais em refeições nababescas, pouco se importando que a fome e a miséria arrastam crianças para a morte, desprovidas dos recursos mínimos para sua sobrevivência.

Riqueza e ostentação narcotizam a mente das pessoas. Quem possui vários carros de luxo em suas garagens, viaja regularmente para o exterior, manda seus filhos para as escolas mais tradicionais e caras do país, possui casa de campo e de praia, milhares de cabeças de gado em terras que parecem não ter fim, televisores e computadores pessoais importados, anda de jet ski em praias sofisticadas... essas pessoas não têm tempo para pensar na miséria que mora nas favelas vizinhas das periferias, ou nas comunidades indígenas e quilombolas às margens de rios e em áreas distantes da civilização!

Civilização? Como podemos nos chamar de "civilizados" quando seres humanos como nossos filhos padecem da miséria das doenças provocadas pela inanição? Como podemos ir a um espetáculo teatral ou a um restaurante sofisticado que nos custa mais do que uma família inteira tem de recursos para sobreviver um ano inteiro? Como colocar a cabeça no travesseiro e dormir placidamente em plumas de ganso e lençóis de seda enquanto não há perspectivas ou políticas públicas para tirar metade de nosso povo da pobreza extrema em que tentam sobreviver?

Pois é... ninguém se importou com os dados do relatório das Nações Unidas... também, pudera! Quanta besteira tínhamos para falar nos Twitter, Orkut, Facebook em nossas horas de ócio e preguiça! Afinal, vivemos estressados com o trânsito, com os bandidos que rondam nossas famílias abastadas, querendo roubar nossas fortunas herdadas de nossos pais...

Ontem os canais da Globo começaram a circular a exposição de um filme tipicamernte americano, onde uma família de doze filhos "sofre" com a mudança de seus pais de uma cidade no interior, onde viviam em um belo rancho, e vão morar em uma mansão de Chicago! Deve ser muito duro para elas, não é mesmo? Deixar para trás seus amigos, namorados...

As novelas da TV também costumam retratar com frequência a riqueza como se fosse um mérito, um privilégio dos "melhores", dos eleitos por algum poder sobrenatural, que premia os "bons" (falsos arianos) e pune os "maus" (negros, caboclos, índios...). Por que será que os protagonistas sempre são bonitos e os vilões feios? Seria essa a tendência na(rci)zista dos homens?

A sensação que tenho é que, para nossa burguesia colonial, que gerou as castas mais abastadas de nossa sociedade, um relatório que expõe a miséria em seus números mais cruéis, deve lhes parecer estranho e irreal como os livros de ficção mais absurdos! Algo como "Alice no País das Maravilhas", só que às avessas! Ou então o nosso "Arquipélago Gulag"!

Mas não poderemos fechar nossos olhos por muito tempo, pois a população do mundo (e também a do Brasil) cresce muito mais nas camadas mais pobres. Por isso eles se tornam cada vez mais numerosos, e logo nos incomodarão mais e mais, até que não seja mais possível escondê-los nas favelas, nas várzeas, nos morros e nas comunidades esquecidas por Deus.

Esquecemos que somos mestiços, que não temos sangue azul, que nosso futuro está nessas crianças mestiças e miseráveis que relegamos à marginalidade. Até quando vamos ignorar essa verdade óbvia e nos iludir acreditando que esse Brasil desgraçado não é o nosso país?

Brasil tem 3º pior índice de desigualdade social no mundo!

Fonte: O Estado de São Paulo - LEANDRO COLON - Agência Estado
O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo e, apesar do aumento dos gastos sociais nos últimos dez anos, apresenta uma baixa mobilidade social e educacional entre gerações. Os dados estão no primeiro relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre América Latina e Caribe.
Segundo o estudo, a região é a mais desigual do mundo. "A desigualdade de rendimentos, educação, saúde e outros indicadores persiste de uma geração à outra, e se apresenta num contexto de baixa mobilidade socioeconômica", diz o estudo do órgão da ONU, concluído neste mês.
Entre os 15 países com maior diferença de renda entre ricos e pobres, dez estão na América Latina e Caribe. Na região, o Brasil empata com Equador e só perde para Bolívia e Haiti em relação à pior distribuição de renda.
Quando outros continentes são incluídos, a Bolívia ganha a companhia de Madagáscar e Camarões no primeiro lugar, e o Haiti tem ao seu lado, na segunda posição, Tailândia e África do Sul. Para o PNUD, esses países apresentam índices "muito altos" de desigualdade.
Prejudicados
Os dados apontam ainda que as mulheres e as populações indígena e afrodescendente são as mais prejudicadas pela desigualdade social na região. No Brasil, por exemplo, apenas 5,1% dos descendentes de europeus vivem com menos de 1 US$ por dia. O porcentual sobe para 10,6% em relação a índios e afros. O PNUD lembra que os acessos à infraestrutura, saúde e educação poderiam alterar esse cenário.
O relatório do órgão da ONU destaca ainda que a maior dificuldade na América Latina é impedir que desigualdade social persista no decorrer de novas gerações. "A desigualdade reproduz desigualdade, tanto por razões econômicas, como de economia política", segundo um trecho do documento.
Esses números não são nada positivos para o Brasil. Cerca de 58% da população brasileira mantém o mesmo status social de pobreza entre duas gerações, enquanto no Canadá e nos países nórdicos, por exemplo, esse índice é de 19%.
Escolaridade
Segundo o estudo da ONU, é baixo também o crescimento do nível de escolaridade entre pai e filho. E esse resultado é influenciado pelo patamar educacional da geração anterior. No Brasil, essa influência chega a ser de 55%, enquanto nos EUA esse porcentual é de 21%.
O Brasil, nesse quesito, perde para países como Paraguai, Panamá, Uruguai e Jamaica. O estudo do PNUD destaca que acesso a bens e serviços públicos podem ajudar a aumentar essa mobilidade educacional.
A evolução do gasto público social é destacada pelo órgão da ONU. Segundo o estudo, esse tipo de despesa gira em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na região. Entre 2001 e 2007, o gasto por habitante aumentou 30%, de acordo com o relatório, sendo que a maior parte concentrou-se em segurança e assistência social.
"É possível afirmar que os países da América Latina e Caribe realizaram um importante esforço para melhorar a incidência do gasto social", diz a conclusão do estudo. 

Devastação na Amazônia

Um passo de cada vez

GREENPEACE: Notícia - 20 jul 2010
Frigoríficos afirmam ter parado de comprar gado de terras indígenas e unidades de conservação, um ano após o lançamento do relatório do Greenpeace sobre pecuária na Amazônia.
zoomOs três maiores frigoríficos do Brasil – JBS/Bertin, Marfrig e Minerva – anunciaram na última semana que deixaram de comprar gado de 221 fazendas localizadas dentro de terras indígenas, unidades de conservação ou próximas a áreas recém-desmatadas na Amazônia. Outras 1.787 propriedades, num raio de até 10 quilômetros de novos desmatamentos, unidades de conservação e terras indígenas, passam por averiguação. As empresas declararam também ter o ponto georreferenciado de mais de 12.500 fazendas, número que, segundo elas, representa 100% da cadeia de fornecedores diretos da região.
"A apresentação desses números é uma clara e bem-vinda sinalização de que o setor está de olho nas novas exigências do consumidor preocupado com o meio ambiente em todo o mundo. As empresas precisam agora ampliar e consolidar esse trabalho, realizando auditorias nos processos, garantindo transparência e confiabilidade aos dados e convencendo seus fornecedores a disponibilizarem mapas com os limites georreferenciados das propriedades", afirma Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Os resultados entregues, nove meses após a assinatura de acordo entre os frigoríficos e o Greenpeace (assinado em outubro do ano passado), correspondem à primeira etapa do compromisso assumido pelas empresas-líderes do setor da pecuária com desmatamento zero na Amazônia: cadastrar e mapear todas as fazendas de seus fornecedores diretos, para não comprarem mais gado proveniente de áreas recém-desmatadas na região, de terras indígenas e áreas protegidas.
O monitoramento dessa cadeia produtiva é essencial para que clientes e consumidores de produtos bovinos não contribuam indiretamente para a destruição da maior floresta tropical do mundo. No entanto, para que esse processo ocorra de forma eficaz e transparente, é indispensável a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades, ferramenta que possibilita monitorar por satélite e identificar com segurança todos os fornecedores – tanto os que produzem sem desmatar quanto os que desmataram a floresta após outubro de 2009.
No Mato Grosso, detentor do maior rebanho do país, menos de 5% das fazendas estão cadastrados no sistema de licenciamento ambiental do governo do estado. A exigência do cadastro é lei e tem prazo para ser cumprida: novembro deste ano. No Pará, o número de fazendas registradas junto ao CAR – Cadastro Ambiental Rural – saltou, em menos de um ano, de cerca de 300 para 19 mil propriedades inscritas, devido às pressões exercidas por consumidores e pela atuação do Ministério Público Federal, que moveu ações obrigando parte da cadeia a realizar o cadastramento. Porém, esse número ainda representa apenas 9% do total de propriedades do Estado.
"As pressões dos frigoríficos são fundamentais para promover o cadastramento das fazendas nos Estados. Também vamos cobrar daqueles que ainda não assumiram nenhum compromisso com a floresta. Os consumidores precisam saber quem ainda não está se mexendo para tirar o desmatamento de seu negócio", afirma Adário.
Os três frigoríficos responderam, em 2009, por 36% do abate feito na Amazônia Legal. O restante vem de pequenos, médios e grandes frigoríficos que até agora não assumiram compromisso com o desmatamento zero e vendem seus produtos para os consumidores, por meio de supermercados que ainda não limparam suas prateleiras de passivos ambientais e sociais.

A Sociedade Plurissexual

"Pelo andar da carruagem", como diziam nossos avós, caminhamos para uma sociedade onde as estruturas familiares não poderão ser regidas pelas regras tradicionais do casamento. E não apenas isso, mas quem se casará? Eles e elas, com eles, com elas? Casais ainda existirão, ou "ficar" com um só será "careta" demais? Ser careta será careta? Enfim, acabadas as regras do jogo, como se jogará o jogo? Que jogo?

Essa é a verdade, o jogo está se acabando, e em breve teremos que pensar na sobrevivência de nossa espécie (que "espécie"?) apenas através da inseminação "in-vitro" e da gravidez extra-corpórea! Ao invés de lares, teremos incubadoras de seres, onde se ensinará o que manda o manual da sociedade (que sociedade?) e se definirá, para cada indivíduo sua função!

De onde surgiu essa dissertação? Eu assistia a um programa de tv que discutia um vídeo do Youtube, ou melhor, que foi excluído de lá, e que mostrava a cantora LUEN beijando outra mulher em um clipe musical. Nada assustador; a Madona já fez coisas assim e até mais radicais, sem despertar o espanto (meu)!

Lembro-me de minha juventude, quando nós, adolescentes de então, questionávamos as regras da sociedade, dando início a esse processo fora de controle que vemos hoje. Nós só queríamos a liberdade de amar, mas desencadeamos ações inimagináveis: Women's Liberation, Hippies e as drogas alucinógenas, Homossexualidade consentida...

Afora a questão sexual, que poderia até ser tratada como uma questão de preferências individuais, tirando-se o preconceito, como viverá essa sociedade do futuro? É evidente que as ligações duradouras entre seres se tornarão cada dia mais raras e o casamento, seja hetero ou homo, não importa, perderá o sentido. Em seu lugar, talvez por um período de transição, se farão contratos de convivência temporária, onde os bens adquiridos deverão ser o problema a tratar, já que a relação não mais interessará a ninguém.

Filhos? Seria necessária uma permissão especial do Conselho Tutelar para que um "casal" (que estranho!) tivesse seus próprios filhos, uma vez que essa atribuição caberia apenas ao Estado (Departamento de Reprodução Humana e Educação, DRHE ou algo assim). E mesmo nesse caso, a (s) criança (s) só teriam permissão para viver com os "pais" durante a pré-escola, e sob a supervisão do DRHE.

Cada ser seria um indivíduo e poderia viver sozinho ou coletivamente; mas relações exclusivas (que careta!) seriam condenadas: "por que você anda tanto com 'fulano'? Está com algum problema?" A solidão seria combatida com atividades frenéticas como as "baladas", os jogos virtuais e as drogas alucinógenas controladas (pô! mas isso é igual ao que acontece hoje!)

Fico imaginando se haverá então alguma coisa, alguém ou algum lugar que consiga causar emoção ao ser humano quando tudo isso for a única realidade desse mundo... então, para que viver? Quais seriam os fatores de motivação humana? Talvez, nesse momento, nosso conhecimento científico tenha evoluído o bastante para nos permitir viagens ao espaço exterior, em busca de novos mundos... talvez esse seja o fluido mágico que acenderá o espírito humano... ou talvez esse espírito já não exista mais...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Parques Nacionais do Brasil

  1. PARQUE NACIONAL DA AMAZÔNIA
  2. PARQUE NACIONAL DA CHAPADADA DIAMANTINA
  3. PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS GUIMARÃES
  4. PARQUE NACIONAL DA CHAPADADOS VEADEIROS
  5. PARQUE NACIONAL DA ILHA GRANDE
  6. PARQUE NACIONAL DA LAGOA DO PEIXE
  7. PARQUE NACIONAL DA MOCIDADE
  8. PARQUE NACIONAL DAS EMAS
  9. PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BOCAINA
  10. PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BODOQUENA
  11. PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CANASTRA
  12. PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARA
  13. PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CUTIA
  14. PARQUE NACIONAL DA SERRA DAS CONFUSÕES
  15. PARQUE NACIONAL DA SERRA DO CAPARAÓ 
  16. PARQUE NACIONAL DA SERRA DO CIPÓ
  17. PARQUE NACIONAL DA SERRA DO DIVISOR
  18. PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ
  19. PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ÓRGÃOS
  20. PARQUE NACIONAL DA SERRA GERAL
  21. PARQUE NACIONAL DAS NASCENTES DO RIO PARNAÍBA
  22. PARQUE NACIONAL DE SETE CIDADES
  23. PARQUE NACIONAL DA TIJUCA
  24. PARQUE NACIONAL DE APARADOS DA SERRA
  25. PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA
  26. PARQUE NACIONAL DE CAVERNAS DO PERUAÇU
  27. PARQUE NACIONAL DE JERICOACOARA
  28. PARQUE NACIONAL DE PACAÁS NOVOS
  29. PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM
  30. PARQUE NACIONAL DE SEMPRE-VIVAS
  31. PARQUE NACIONAL DE TUMUCUMAQUE
  32. PARQUE NACIONAL DE UBAJARA
  33. PARQUE NACIONAL DO ARAGUAIA
  34. PARQUE NACIONAL DO CABO ORANGE
  35. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
  36. PARQUE NACIONAL DO DESCOBRIMENTO
  37. PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU
  38. PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA
  39. PARQUE NACIONAL DO JAÚ
  40. PARQUE NACIONAL DO MONTE PASCOAL
  41. PARQUE NACIONAL DO MONTE RORAIMA
  42. PARQUE NACIONAL DO PANTANAL MATOGROSSENSE
  43. PARQUE NACIONAL DO PAU-BRASIL
  44. PARQUE NACIONAL DO PICO DA NEBLINA 
  45. PARQUE NACIONAL DO SAINT-HILARIE/LANGE
  46. PARQUE NACIONAL DO SUPERAGÜI
  47. PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES
  48. PARQUE NACIONAL DOS PONTÕES CAPIXABAS
  49. PARQUE NACIONAL GRANDE SERTÃO VEREDAS
  50. PARQUE NACIONAL MARINHO DE ABROLHOS
  51. PARQUE NACIONAL MARINHO DE FERNANDO DE NORONHA
  52. PARQUE NACIONAL DE RESTINGA DE JURUBATIBA
  53. PARQUE NACIONAL DE VIRUÁ

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

Para que se saiba a importância das unidades de conservação da Natureza, transcrevo abaixo a classificação dessas unidades, segundo a legislação vigente.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi instituído, no Brasil, através da Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2000 e está se consolidando de modo a ordenar as áreas protegidas, nos níveis federal, estadual e municipal.

FINALIDADE

Os objetivos do SNUC, de acordo com o disposto na Lei, são os seguintes:
  • contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
  • proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
  • contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
  • promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
  • promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
  • proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
  • proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, paleontológica e cultural;
  • proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
  • recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
  • proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
  • valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
  • favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
  • proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
A consolidação do Sistema busca a conservação in situ da diversidade biológica a longo prazo, centrando-a em um eixo fundamental do processo conservacionista. Estabelece ainda a necessária relação de complementariedade entre as diferentes categorias de unidades de conservação, organizando-as de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso:
  • Proteção Integral
  • Uso Sustentado
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL

As unidades de proteção integral tem como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC.
Este grupo é composto pelas seguintes categorias de unidades de conservação:

Estação ecológica
Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional e a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável.

Reserva biológica
Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos.

Parque nacional
Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico

Monumento natural
Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.

Refúgio de vida silvestre
Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL

As unidades de uso sustentável têm como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais, ou seja, é aquele que permite a exploração do ambiente, porem mantendo a biodiversidade do local e os seus recursos renovaveis.

O grupo das unidades de uso sustentável divide-se nas seguintes categorias:

Área de proteção ambiental
É uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

Área de relevante interesse ecológico
É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.

Floresta Nacional
É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas NATIVAS .

Reserva extrativista
É uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

Reserva de fauna
É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Conforme definição do SNUC, é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.

Reserva particular do Patrimônio Natural - RPPN
É uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.

Anteriormente à Lei do SNUC existiam, ainda, em nível federal quatro Reservas Ecológicas, sendo que duas já foram reclassificadas para estações ecológicas. Existem ainda, duas que terão sua categoria redefinida de acordo com o que preceitua o artigo 55 da Lei 9.985 / 2000 (SNUC).

Reserva indígena
Não faz parte do SNUC

Safári no Século XXI - Local: BRASIL, Mato Grosso, Pantanal

Pois é... tinha que ser na capital da soja e do agronegócio, terra de Blairo Maggi e dos ruralistas mais raivosos! Região das mais devastadas por queimadas e grilagem de terras! A Polícia Federal descobriu uma quadrilha que leva brasileiros e estrangeiros para caçar ONÇA PINTADA, animal em extinção, em pleno Pantanal Matogrossense, em propriedades privadas de grandes fazendeiros pecuaristas!


Inacreditável, não é mesmo?

Nem tanto, se considerarmos a apatia do povo brasileiro a essas notícias! É como se a ninguém importasse se nossa fauna se extinguisse amanhã! Sim, pois nosso mais representativo espécime é a onça pintada, maior felino das Américas! E mesmo assim, muita gente se utilizou desses "serviços" de safári sem que ninguém os denunciasse...

Até quando vamos fingir que o problema não é nosso? Até quando vamos nos curvar ao poder dos ruralistas, deixando que nossos espaços naturais sejam arrasados e nossa fauna se contraia em pequenos "oásis" residuais, eliminando centenas de espécimes a cada ano?

A punição para quem extingue um espécime da fauna mundial, no Brasil, é de míseros um ano a um anoe meio de reclusão! Se for réu primário, nem conhecerá as dependências de uma cadeia... se for ruralista, nem será julgado, pois o tráfico de influências que exercem os tem mantido à distância das salas de júri.

Essa  é mais uma evidência do descaso das autoridades e da perda de identidade de um povo... não conseguimos perceber o valor desses tesouros naturais... que pena...

Enquanto isso, em nossos vizinhos do Norte...


©2006 Publications International

Parque Nacional Yellowstone 
PO Box 168
Yellowstone National Park, WY 82190-0168
00xx1-307-344-7381
www.nps.gov/yell

Formado em 1872 como a primeira área designada oficialmente como parque nacional, Yellowstone vem desde então inspirando a criação de dezenas parques nacionais em todo o mundo. Localizado na ponta noroeste do Estado do Wyoming, o parque é um paraíso natural e uma maravilha geológica. Para realmente desfrutar de uma visita ao parque, o visitante deve apanhar sua mochila e apetrechos de acampamento e mergulhar na natureza. A fauna é abundante, e os 1,8 mil quilômetro de trilhas agradam a qualquer visitante.

Yellowstone Castle-Geyser.jpg
Geiser no Parque Nacional de Yelowstone, USA
O Parque Nacional do Itatiaia é o mais antigo parque nacional do Brasil, fundado em 14 de junho de 1937, pelo então presidente Getúlio Vargas através do Decreto Federal nº 1713, com uma área atual de 30.000 hectares (300 km2). O parque possui montanhas com quase 3.000 metros de altitude e mantém uma fauna e flora bastante diversificada devido à altitude e ao clima variado. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O nome Itatiaia é de origem tupi e significa "penhasco cheio de pontas".

Safári de Caça a Onças no Pantanal Matogrossense

Representantes da Polícia Federal e do IBAMA, durante a coletiva sobre a Operação Jaguar. Foto: Deurico/Capital News
21/07/2010 - 12:41 - Bando matava onças em safáris no Pantanal, com ajuda de "mateiros" que auxiliaram Ibama ( Por Jefferson Gonçalves - Capital News)

A quadrilha que realizava safáris na região do Pantanal, presa durante a Operação Jaguar, tinha como guias, pessoas especializadas em caça de onças. Segundo a Polícia Federal, os “mateiros” Marcos Antônio Moraes de Melo e o seu pai, identificado como A. T. M. N., eram contratados para auxiliar os caçadores a encontrar as onças. A dupla, que possui uma vasta experiência de campo na caça dos felinos, utilizava cães farejadores para encontrar as onças.

O fato mais curioso é que um dos “mateiros”, um caçador profissional de onças que se dizia “regenerado”, chegou a auxiliar também o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais) na procura de onças para que a instituição pudesse registrá-las para monitoramento. Paralelo à ajuda ao IBAMA, ele também ajudava os caçadores que chegavam na região. “Esses mateiros chegaram a ajudar uma Organização Não Governamenal (ONG) do IBAMA para encontrar onças para que fossem cadastradas no sistema. Mas eles também ajudavam os caçadores a chegar até o animal, que era abatido cruelmente” disse o Superintendente do IBAMA, Davi Lourenço.


De acordo com a Polícia Federal, o responsável pela coordenação da caça nas regiões, seria Elizeu Augusto Sicoli, morador em Cascavel no Paraná. Elizeu seria a pessoa que fornecia as armas e também preparava a caçada, tanto para brasileiros e estrangeiros. Ele também organizava “excursões” no exterior para caçadas. Elizeu chegava a ganhar U$ 1,5 mil por pessoa para caças no território brasileiro e U$ 3,5 mil nas do exterior. “Vamos investigar se há a participação de fazendeiros, já que as caçadas eram feitas em propriedades particulares” disse o superintendente da Polícia Federal, José Luiz Lara.
."Fazendeiros serão investigados, já que as caçadas eram feitas em áreas privadas do Pantanal" disse o superintendente da PF, José Luiz Lara. Foto: Deurico/Capital news
As investigações foram iniciadas com o suporte do Instituto Brasileiro de Maio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) no ano passado, após a descoberta de carcaças de onças em algumas fazendas do Pantanal e também com o desaparecimento de onças monitoradas pelo IBAMA em regiões próximas ao município de Corumbá.

Ao todo foram cumpridos sete mandados de prisão temporária, sendo dois em Miranda e Rondonópolis (MT) e três no Paraná. Também estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. Três pessoas ainda estão foragidas. A quadrilha também contava com a ajuda de um taxidermista profissional que confeccionava os “troféus” dos caçadores. Durante a operação, os policiais apreenderam várias armas de alto calibre, equipamentos de taxidermia e peles de animais, entre elas o couro de uma onça preta, animal considerado raro no Pantanal.

Na tarde de ontem (20), mais oito pessoas foram detidas em flagrante durante uma ação da Polícia Federal em conjunto com o IBAMA em fazendas da região de Sinop em Mato Grosso. Entre os detidos estão quatro argentinos, um paraguaio e três brasileiros, sendo um deles policial militar. Segundo a PF, todos estavam portando armas de diversos calibres.

Os suspeitos serão indiciados nos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais (lei 9605/98) – Perseguir, caçar ou matar animais da fauna silvestre sem permissão – Pena de seis meses a um ano e ainda por porte ilegal de arma de fogo, cuja pena prevista é de até 4 anos de reclusão e mais o artigo 288 do Código Penal (Formação de Quadrilha ou Bando – Pena de 1 a 3 anos de reclusão.
Os policiais encontraram várias peles de onças, animais empalhados, armamentos e até marfins (ao fundo) Foto: Divulgação/PF 

terça-feira, 20 de julho de 2010

Serviços Ambientais

Em agradecimento e retribuição às colaborações de Vinícius Nardi, em nosso debate em postagem recente, seguem as postagens abaixo com as quatro partes do programa da Globo Rural que tratou o conceito e aplicação prática (experiências) de Serviços Ambientais, uma idéia simples e inteligente para preservar o meio ambiente de modo flexível, sem comprometer o negócio de pequenos agricultores.


Nosso entendimento, que me permito acreditar que também seja o da maioria dos ambientalistas e também dos profissionais do campo (lavradores, agrônomos, engenheiros florestais), é que a legislação ambiental deva contemplar:


1. O entendimento de que os proprietários de terras que investirem em preservação ambiental sejam recompensados ou ressarcidos de seus lucros cessantes, através de incentivos fiscais ou remuneração justa e direta. Essa proposta deveria ter apenas efeito sobre as terras já demarcadas e com títulos de propriedade devidamente registrados em cartório, evitando-se transações fundiárias que favoreçam a obtenção desses benefícios em transações futuras. Seria imprescindível uma moratória ambiental de longo prazo (de cinco a dez anos) com desmatamento mínimo, sempre sob a supervisão e autorização explícita dos órgãos competentes.


2. A legislação ambiental seja flexibilizada para permitir os ajustes necessários para se evitar que o negócio de pequenos proprietários rurais seja inviabilizado pela aplicação rígida das leis. Essa flexibilização não significaria abrir mão de APPs ou RL, mas realizar adaptações técnicas relacionadas à topografia do terreno e ao tipo de atividade econômica que seria explorado nas propriedades.


3. Haja um entendimento entre os organismos federais (Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, CONAMA, IBAMA, ICMBIO, EMBRAPA, etc.) e os organismos estaduais e municipais (IEF, Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura, EMATER) para que haja delegação e supervisão dos acordos para recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Privadas de Preservação Natural (RPPN), Reservas Legais (RL) e Reservas da Vida Selvagem (RVS) nas propriedades particulares.


4. Assegurar o comprometimento de Organizações não Governamentais, estrangeiras ou nacionais, na aplicação dos recursos vinculados à preservação e recuperação de áreas degradadas, alinhando os programas propostos anteriormente à captação desses recursos.


5. Planejar a expansão urbana para evitar que novas áreas de risco e APP's sejam ilegalmente ocupadas no futuro. O custo social dos desastres ecológicos causados pelas ocupações de topos ou encostas de morros, bem como da eliminação de manguezais, brejos e veredas é muito maior, para a sociedade, do que as vantagens particulares auferidas pela comercialização ou utilização desses ambientes sensíveis.


6. Planejar as futuras demarcações de APP's, RL's, RVS's,  terras indígenas, terras de quilombolas e outras comunidades rurais, de modo a se identificar as áreas que podem ser desmatadas e o uso que delas irá se fazer. Esse planejamento deve ter o aval dos órgãos responsáveis pelo monitoramento ambiental, inclusive para a concessão de licenças. O objetivo desse planejamento é evitar que a expansão das fronteiras agrícolas comprometam a sobrevivência dessas áreas de preservação ambiental.


7. Segmentar a população rural de acordo com critérios de tamanho das propriedades, poder econômico dos proprietários, bioma em que se encontram inseridas, destinação do uso do solo, etc. Cada segmento deveria ter critérios específicos para a remuneração de Serviços Ambientais, de forma a proteger os pequenos e familiares agricultores.


8. Exigir compensações ambientais e multas para grandes produtores rurais (latifundiários) que perpetraram ou venham a perpetrar crimes ambientais. Áreas protegidas que forem desmatadas deverão ser interditadas até que os proprietários procedam à sua recuperação.


9. Mapear todas as bacias hidrográficas do país, idenntificando suas nascentes, a situação de matas ciliares, APP's invadidas por propriedades rurais, indústrias poluentes localizadas às margens dos rios, fontes de poluição ambiental, particularmente esgotos domésticos e industriais, exploração de areia do substrato dos rios sem a devida licença ambiental.


10. Desenvolver campanhas nacionais de conscientização, incorporando disciplinas obrigatórias de entendimento dos processos ambientais em escolas de todos os níveis, estimulando a formação de uma consciência coletiva de preservação das riquezas naturais.

Serviços Ambientais em Extrema - Parte 01/04 (Globo Rural)

Serviços Ambientais em Extrema - Parte 02/04 (Globo Rural)

Serviços Ambientais em Extrema - Parte 03/04 (Globo Rural)

Serviços Ambientais em Extrema - Parte 04/04 (Globo Rural)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

LANÇAMENTO DE MEU LIVRO "VIRTUAL"

Meus caros amigos,

Não era esse o livro com o qual sonhara quando terminei minha expedição pelo rio Sâo Francisco. Queria um livro impresso, ilustrado com dezenas de fotos da imensa coleção dos instantes que captei ao longo do caminho. Queria compartilhar esses longos dias que passei remando, pensando, sonhando com um mundo melhor, imaginando que meus esforços resultariam positivos para que algo transformasse a realidade que não queremos ver, de degradação e morte espalhadas pelas águas do rio, arrastadas para suas margens e para os povos ribeirinhos, vítimas finais dessa destruição sem fim.

Mas ainda não consegui viabilizar meu projeto. Passei meses tentando obter o apoio financeiro necessário para publicá-lo, sem sucesso. Porém eu nunca desisto; e resolvi encarar esse novo desafio de divulgar minhas memórias para o maior público possível e, enquanto não sai o meu livro impresso, este foi o veículo escolhido: um novo blog "Lula não Leu" (http://lulanaoleu.blogspot.com/), apenas com as páginas desse livro, conforme fora concebido, com dedicatória, agradecimentos, prefácio e tudo o que haveria em páginas impressas.

Ao contrário de outros blogs, este nasce pronto, com todo seu conteúdo terminado, sem nada mais a ser acrescentado nos tempos que virão. Mas gostaria de contar com sua participação, escrevendo comentários, dando sugestões, manifestando seus sentimentos ao percorrer as páginas desse inusitado "livro". Façam-no nos rodapés dos textos e ele se enriquecerá com seus pensamentos, assim como me enriqueci com a vivência nesse rio fantástico!

Mais do que ler, divulguem minha mensagem; passem adiante o endereço deste blog para que outras pessoas, milhares delas, possam saber o que se faz contra o meio ambiente, contra os ribeirinhos e contra a humanidade, atirando lixo e produtos químicos em suas águas, devastando e queimando suas matas, matando seus animais selvagens, humilhando o povo simples e humilde que dele retira tudo o que necessita para sua sobrevivência!

Mandem mensagens para meu email: jotafig@hotmail.com, reafirmando seu compromisso com nossas teses preservacionistas. Este site contém mais de 100 postagens, equivalentes a 500 páginas de texto impresso e mais de 300 fotografias. Por enquanto, vocês também podem baixar o livro "Meu Velho Chico: diário de uma expedição solitária" em PDF a partir do Overmundohttp://www.overmundo.com.br/banco/meu-velho-chico-diario-de-uma-expedicao-solitaria 

Boa leitura!
João Carlos Figueiredo
Ambientalista, canoeiro, indigenista, mergulhador, espeleólogo, montanhista
Porém, mais do que tudo isso, um amante incondicional da NATUREZA!

domingo, 18 de julho de 2010

As mentiras de Aldo Rebelo e da Bancada Ruralista

Na postagem anterior reproduzi notícia do jornal "O Estado de São Paulo" a respeito de um debate havido entre Aldo Rebelo, representante do agronegócio, e diretores das ONGs Greenpeace Amigos da Terra. A questão é a reforma do Código Florestal Brasileiro. Não vou repetir aqui os argumentos já expostos em outras postagens, mas alertar para a mentira que vem sendo repetida pelos ruralistas, dentre eles o deputado Aldo Rebelo do PCdoB.

A afirmação de que a maioria dos agricultores brasileiros vive na ilegalidade por cometer crimes ambientais é verdadeira. No entanto, ela contém duas mentiras: a primeira é que o Código Florestal precisaria ser modificado para tirar esses lavradores da ilegalidade. O que se precisa é exigir o respeito às leis desse país. De que adianta ter uma legislação ambiental se ninguém a cumpre? Hoje, áreas de preservação permanente como mangues, topos e encostas de morros, margens de rios, veredas, entre outras são devastadas sem que nada aconteça aos proprietários dessas terras. Até mesmo áreas de afloramento do lençol freático são contaminadas por agricultores e indústrias poluentes impunemente.

O Código Florestal, bem como toda a legislação ambiental complementar precisam ser respeitados. Estudos de Impacto Ambiental precisam ser feitos antes de se agredir o meio ambiente com obras irregulares, ocupações de APPs e uso indiscriminado de agrotóxicos.

A segunda mentira é que essa modificação proposta para o Código Florestal não visa colocar na legalidade os pequenos produtores rurais, que muitas vezes nem sabem que estão na ilegalidade, mas sim isentar de punição os grandes latifundiários desse país, que muitas vezes tomaram posse de terras de forma irregular, invadiram áreas de preservação permanente, derrubaram ou incendiaram a mata nativa que deveria ser preservada, criaram gado e plantaram soja até a terra se tornar improdutiva e depois a abandonaram impunemente.

Esses magnatas descarados não assumem sua responsabilidade pela preservação do meio ambiente e ainda têm a cara de pau de dizer que a responsabilidade pela recuperação das terras devastadas por eles é tão e exclusivamente do governo federal. Como é possível?

E o senhor Aldo Rebelo, que traiu seus companheiros comunistas, tornou-se arauto dessa tropa de choque do Congresso Nacional e aderiu aos argumentos da famigerada bancada ruralista, defendendo a destruição de nossas matas, florestas, montanhas e rios em uma única "reforma", que nada mais é do que uma aberração jurídica e uma ofensa à nossa inteligência!

Debate sobre novo Código Florestal ocorre sob tensão

Série Encontros 'Estadão' & Cultura reuniu o deputado Aldo Rebelo e membros das ONGs Greenpeace e Amigos da Terra 
17 de julho de 2010 | 0h 00 (Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo)
Sob manifestações calorosas tanto de ambientalistas quanto de pessoas ligadas ao agronegócio, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) voltou a defender ontem, em São Paulo, seu relatório que propõe mudanças no Código Florestal. O texto, aprovado na semana passada por comissão especial da Câmara dos Deputados, livra 90% dos proprietários de terra no País da exigência de recuperar a vegetação nativa em seus imóveis e reduz a área de preservação nas margens de rios, entre outros pontos.
Rebelo participou do terceiro debate da série Encontros Estadão & Cultura ao lado de Sérgio Leitão, representante da ONG Greenpeace, e de Roberto Smeraldi, da Amigos da Terra. As outras discussões foram sobre Comportamento Verde - A Etiqueta do Século 21 e Lixo - Nova Legislação e Coleta Seletiva.
Antes mesmo do início das discussões, o clima era tenso. "A sociedade não foi ouvida sobre as mudanças", gritaram manifestantes quando Rebelo subiu ao palco. O evento foi interrompido várias vezes por pessoas que chegaram a dar um "cartão vermelho" a Rebelo e abrir cartazes com dizeres contra as alterações no código. Houve também manifestações de apoio à reforma.
"A lei florestal é de 1965 e colocou na ilegalidade 90% dos produtores de arroz no Sul do País e também os produtores de banana do Vale do Ribeira, em São Paulo. O que propomos é uma legislação que coloque o pequeno produtor na lei", disse Aldo.
O representante do Greenpeace, Sérgio Leitão, contestou Rebelo. "Os verdadeiros interessados na reforma são as multinacionais do agronegócio. O pequeno produtor não aprova as mudanças. Nem as universidades, que sequer foram ouvidas", disse.
Para Smeraldi, diretor da Amigos da Terra, o ideal é que o debate seja feito após o período eleitoral. "O primeiro semestre de 2011 será o momento oportuno para retomarmos essa discussão, que precisa ser feita com toda a sociedade", disse.
Repercussão. Em artigo publicado na seção de cartas da revista Science, seis pesquisadores ligados a universidades brasileiras e americanas criticaram a proposta. "Se o novo código for aprovado, as emissões de dióxido de carbono do Brasil aumentarão substancialmente, contrariando o compromisso assumido em Copenhague", diz o texto, assinado por pesquisadores como Jean Paul Metzger, Thomas Lewinsohn e Carlos Joly.