terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eleições ou Representatividade?

Não lhes parece um antagonismo? Pois avaliem nosso processo eleitoral: votam analfabetos, intelectuais, adolescentes, idosos e todos os segmentos de nossa sociedade... nada mais democrático, não é mesmo? E o resultado disso é... um bando de oportunistas que querem se aproveitar do poder em interesse próprio! Alguém discorda? Não?! Mas qual seria a alternativa? O sufrágio universal (vulgo "voto direto") seria, de fato, democrático e saudável como método de seleção dos representantes populares?

Alguém colocaria  um processo de eleição pelo voto popular para escolher o corpo gerencial de sua empresa? Os diretores?? o Presidente??? Pois é assim que escolhemos os nossos governantes! Não requer prática nem habilidade; muito menos competência e honestidade! Esse é o único caminho para o poder!

Discute-se voto distrital e outros mecanismos de aperfeiçoamento do processo eleitoral. No entanto, o que está errado é o processo em si mesmo! A escolha democrática não só permite que todas as camadas sociais se manifestem na escolha, mas também que praticamente qualquer candidato se apresente! Sim, pois as restrições são mínimas! Nem mesmo uma análise de antecedentes do candidato é exigida!

A escolha de nossos mandatários deveria ser feita com mais seriedade... afinal, é uma "empresa" com um orçamento anual de mais de um trilhão de reais! Que outra empresa nacional ou internacional possui tamanho orçamento? No entanto, os "diretores" (diga-se "ministros") dessa empresa gigante chamada "Brasil" às vezes nem conhecem seu ramo de atividade! Tome-se como exemplo o Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão. Sem preconceitos, que qualificações tem esse político para gerir nossos recursos minerais e nossas fontes de produção de energia? A escolha de um Ministro de Estado deveria privilegiar, não os partidos políticos, mas os objetivos e a missão dessa "empresa".

Da mesma forma, nossos legisladores, aqueles que definem as regras de funcionamento de todo o arcabouço político-administrativo do país, são apenas "políticos"! Alguns até se especializam com o tempo e até conhecem os meandros dos processos administrativos públicos; no entanto, a maioria apenas "faz política", ou melhor, politicagem! Buscam acomodar as diferentes facções dos partidos no poder e fora dele.

Poir ainda, a oposição se sente "na obrigação" de se opor a tudo, até mesmo quando há consenso em relação àquilo que se está discutindo. Com isso, os debates duram anos e chegam a conclusões esdrúxulas! Quando FHC chegou ao poder, pretendia reformar a Constituição: legislação previdenciária, trabalhista, fiscal, política... já se passaram 15 anos! O que se fez? Continuamos com os mesmos problemas, o mesmo "custo Brasil" que tanto onera nossas empresas...

Quando o PSDB passou à oposição, esqueceu-se do que estava propondo e começou a fazer uma oposição radical contra as próprias teses que defendia! Onde está a lógica desse processo?A intenção é paralisar o governo! Mesmo que para isso toda a nação seja penalizada! E aí discute-se as decisões da Petrobrás, o sigilo das investigações da Polícia Federal, a indiscrição da Dilma Roussef, as "gaffes" do Presidente...

E entre poderes também existem querelas inúteis: a PF prende para o STF soltar, ainda que sejam óbvias as relações de improbidade, comprometimento e corrupção dos indiciados! E esses senhores intocáveis continuam desfilando pela sociedade, como se a prisão e a soltura fossem títulos de distinção conquistados!

Eleição ou representatividade?

Quando eu era criança, há 50 anos, os vereadores não tinham remuneração e dedicavam parte de suas noites para discutir, deliberar e decidir as prioridades do município; e faziam isso com orgulho, porque era uma honra ser representante da comunidade! Como se escolhe o representante de uma comunidade? Por aclamação de seus membros, porque somente os líderes conseguem o apoio de seus liderados!

Se tivéssemos conselhos de anciãos, de trabalhadores, de sábios, de cientistas, de educadores, de bairros... se esses conselhos elegessem seus líderes e estes, por sua vez, escolhessem os governantes em todos os níveis de poder, teríamos pessoas comprometidas com os destinos de nosso país! Isso é representatividade!

Funciona? Sim, funciona bem melhor do que os processos burocráticos que nos mantêm reféns desses políticos corruptos que nos humilham com sua indecência e mau-caratismo! Quantos, dentre os mais de 500 deputados federais podem ser considerados honestos? Quantos desses poucos honestos podem ser considerados competentes? Quantos representam de fato as comunidades que os elegeram?

Está aberto o debate por um novo sistema de governo! Candidatem-se!

Um comentário:

Anônimo disse...

Como administrar pelo caos? Seria como uma república de estudantes do tamanho de um gigante!